

















Brasil, meu Brasil brasileiro... muito brasileiro. Considerando o que o termo “brasileiro” signifique para cada um de nós no cenário atual, eu arrisco dizer que nosso país devia ser mais brasileiro em cores, arte, gentileza e boa recepção. No entanto, devia ser menos brasileiro em desorganização, na economia burra de coisas essenciais, na falta de seriedade com os recursos públicos e na arrogância bairrista. Turismo é assunto de “gente grande”, usando o velho ditado da minha avó.
Minhas viagens pelos diversos “brasis” são enormemente prazerosas quando lembro a disponibilidade dos amigos paulistas e da cativante intelectualidade dos seus eventos do setor de Construção Sustentável, do carinho e criatividade dos cearenses, da generosidade e nostalgia dos gaúchos, do sorriso sempre largo (e bonito) dos cariocas, da inocência quase “pueril” dos paraenses em meio a tantas dificuldades sociais e ambientais, do espetinho de carne chiquérrimo do Tocantins (sempre servido com simpatia), da culinária intrigante e irresistível do Rio Grande do Norte (tão irresistível quanto seus lindos “morenos”), dos adoráveis pernambucanos que amam sem reservas sua terra, dos maranhenses sempre prontos para fazer a festa e dos brasilienses tão versáteis.
Os baianos são um mistério... me lembram um pouco os “parisienses”, na sua arrogância regional, mas sem o charme daqueles. No entanto, é preciso admitir – que é uma turma decidida e lutadora! Os charmosos mineiros são um show a parte – a arte está no sangue e nos ossos deles – e que brejeirice!! Diante de tudo isso, eu quase declaro que “amo viajar pelo Brasil”.
Mas, poucos segundos depois, a lembrança dos altos preços dos hotéis e das passagens aéreas, as dificuldades de transportes e as falhas no setor de divulgação turística (com exceção de Minas Gerais), assim como as viagens aéreas exaustivas, cheias de conexões demoradas, e comissárias sombrias, me fazem mudar de ideia, e tenho que fazer muito esforço para não desestimular os amigos a viajar pelo Brasil.
Se você não anda em bandos, nos pacotes compactos e apressados das agências de turismos, ou se você não teve o “bom gosto de nascer milionário”, como diz o TD, então, prepare-se!
Brasileiro viajante, mochileiro, econômico e solitário, tu encontrarás toda a sorte de dificuldades e barreiras para curtir uma boa travessia pela sua própria terra!!
Mas, como se diz por aí, o amor pela terrinha fala mais alto, e a gente persiste. As belezas naturais compensam as dores, e muitas vezes, boas surpresas acontecem.
